sábado, 14 de julho de 2012

A escuridão e a chuva de estrelas


No dia 19 de maio de 1780 aconteceu um fenômeno que assustou os moradores da Nova Inglaterra, uma região que abrange seis Estados norte-americanos, Connecticut, Maine, Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Vermont, todos ao norte do país.

As pessoas relataram uma “Grande Escuridão”. O Sol sumiu quase de repente e o meio-dia transformou-se em meia-noite. Tudo ficou escuro e tenebroso. Naquele dia não houve eclipse.

Passados pouco mais de cinqüenta anos, outro fenômeno nos céus dos Estados Unidos deixou muitas gente boquiaberta. Era madrugada de 13 de novembro de 1833. Durante horas, literalmente milhares de “estrelas cadentes” caíram a cada minuto.

Foi como se todo o céu estrelado estivesse desabando. As testemunhas estavam principalmente da costa leste do país até o sul da Flórida.

O que houve nesses lugares?

Os habitantes da Nova Inglaterra do século XVIII eram muito religiosos e perpetuaram a idéia de um castigo divino – até porque ninguém se arriscou a tentar explicar o que aconteceu em maio daquele ano. Já em novembro de 1833, embora a ciência astronômica já conhecesse o fenômeno, muitos acreditaram que o fato era inexplicável.


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JOSÉ ROBERTO V. COSTA
Astronomia no Zênite

sexta-feira, 6 de julho de 2012

MUDANÇAS EFETUADAS PELA IGREJA CATÓLICA

ANO       -    MUDANÇA DOUTRINÁRIA


197 - Começa um movimento herético, comandado pelo bispo de Roma, CONTRA A DIVINDADE DE JESUS.

217 - O Bispo Calixto ensina que o PAI E O FILHO SÃO UM ESPÍRITO INDIVISÍVEL.

315 - ORAÇÃO PELOS MORTOS

320 - VELAS – Começa-se a acender velas aos mortos, prática realizada pelos pagãos e trazida para a igreja.

321 - MUDANÇA DA LEI: do sábado para o domingo (Constantino estabelece a primeira lei dominical, decretando que todas as cortes de justiça, habitantes de cidades e oficinas repousassem no dia do sol - venerabili die solis.).

336 - O Concílio de Laodicéia oficializa dentro da igreja a transferência do sábado para o domingo.

375 - VENERAÇÃO DOS ANJOS E SANTOS FALECIDOS E O USO DE IMAGENS – Este foi um dos períodos mais negros da igreja, quando Basílio de Cesaréia e Gregório de Nazianzo introduzem o culto aos santos. Além disso, aparecem o incensário, paramentos e altares, mostrando já a forte influência dos pagãos que adentravam a igreja, sem uma experiência de conversão.

386 - Graciliano e Teodósio decretam que todos os litígios e negócios cessassem no domingo.

394 - A MISSA, como celebração diária

400 - ORAÇÃO PELOS MORTOS E O SINAL DA CRUZ FEITO NO AR

416 - O Papa Inocêncio I diz que o domingo deve ser o dia para o jejum, dando assim força para a guarda do domingo.

431 - COMEÇO DA EXALTAÇÃO A MARIA (O termo "Mãe de Deus" foi-lhe aplicado pela primeira vez pelo Concílio de Éfeso.)

440 - BISPO LEÃO I , foi o primeiro a sustentar sua autoridade sobre os demais. É considerado pelos historiadores como sendo o primeiro Papa, embora não fosse oficialmente..

500 - OS SACERDOTES COMEÇARAM A SE VESTIR DE MANEIRA DIFERENTE

526 - EXTREMA UNÇÃO – É estabelecida para perdoar os pecados do enfermo antes da morte.

538 - “No Concílio de Orleans, foi ordenado que todas as coisas, anteriormente, permitidas no domingo continuassem em vigor; mas que se abstivessem do trabalho com arado ou em vinhas, sega, ceifa, debulha, cultivo, cercagem a fim de que as pessoas pudessem freqüentar a igreja convenientemente.” A Igreja Católica na Profecia, 265.

590 - “O Papa Gregório em carta dirigida ao povo romano, qualificou como profetas do anticristo os que ensinassem que não devia trabalhar no sétimo dia.” A Igreja Católica na Profecia, 265.

593 - A DOUTRINA DO PURGATÓRIO (Estabelecida por Gregório I.)

600 - LATIM usado para orações e cultos (Imposto por Gregório I.)

600 (aproximadamente) - ORAÇÕES FEITAS A MARIA, santos mortos e anjos

607 - TÍTULO DE PAPA, ou bispo universal, dado a Bonifácio III pelo imperador Focas.

709 - BEIJAR OS PÉS DO PAPA (Começou com o papa Constantino.)

750 - PODER TEMPORAL DOS PAPAS, conferido por Pippin, rei dos francos.

758 - CONFISSÃO DE PECADOS AOS PADRES (Tem início a Confissão Auricular.)

786 - ADORAÇÃO DA CRUZ, IMAGENS E RELÍQUIAS (Decidido no Concílio de Nicéia.)

819 - “Pela primeira vez na história, encontra-se o registro da observância à festa da Assunção de Maria, isto é, a crença de que Maria tinha subido ao Céu em forma corpórea, assim como aconteceu com Jesus.” A Igreja Católica na Profecia, 266.

850 - ÁGUA BENTA (Misturada com uma pitada de sal e abençoada pelo sacerdote.)

880 - DECRETA-SE A PRÁTICA DE CANONIZAREM-SE OS SANTOS (Atribuindo-se a si, o Papa, esse direito.)

890 - ADORAÇÃO A SÃO JOSÉ

927 - COLÉGIO DOS CARDEAIS (Estabelecido em 927.)

965 - BATISMO DOS SINOS (Instituído pelo papa João XIII.)

995 - CANONIZAÇÃO DOS SANTOS MORTOS (Primeira vez pelo papa João XV.)

998 - JEJUM NAS SEXTAS-FEIRAS E DURANTE A QUARESMA – É ESTABELECIDO O DIA DE FINADOS (Os mortos seriam reverenciados neste dia.)

Século XI - A MISSA, gradualmente transformada em sacrifício com freqüência obrigatória.

1079 - CELIBATO DOS SACERDOTES (Decretado pelo papa Gregório VII. Os padres casados deveriam divorciar-se de suas esposas compulsoriamente.)

1090 - O ROSÁRIO, oração mecânica por meio de contas (Inventado por Pedro, o Eremita.)

1095 - O Papa estabeleceu as INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS, quando o fiel através de pagamento de uma quantia estabelecida pelo Clero, teria o perdão de seus pecados, por um período pré-determinado.

1100 - O PAPA DECRETA QUE AS MISSAS PASSEM A SER PAGAS PELOS FIÉIS PARA QUE SEJAM OFICIADAS. INICIA-SE O CULTO AOS ANJOS.

1115 - CONFISSÃO AURICULAR É TRANSFORMADA EM ARTIGO DE FÉ.

1125 - SURGE A IDÉIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA.

1160 - REGRA DE FÉ COM OS SETE SACRAMENTOS É ESTABELECIDA PELO PAPA.

1184 - A INQUISIÇÃO - “Neste ano, foi decretado o estabelecimento do tribunal da Santa Inquisição pelo Concílio de Verona, realizado na Itália. Esta organização se encarregaria de perseguir e torturar com o objetivo de acabar com toda manifestação dissidente, ou seja, que discordava da Igreja.” A Igreja Católica na Profecia, 268.


1190 - VENDA DE INDULGÊNCIAS (Foram definitivamente regulamentadas.)

1200 - Introdução definitiva do USO DO ROSÁRIO (Por São Domingos, chefe supremo da “Santa Inquisição.)

1215 - TRANSUBSTANCIAÇÃO – “O papa Inocente III estabelece o dogma da transubstanciação e já é transformada em artigo de fé. Esta doutrina sustenta que, através da virtude da oração sacerdotal, o pão e o vinho, deixam de ser o que são, alteram sua própria natureza e se transformam no corpo e sangue de Cristo.” A Igreja Católica na Profecia, 268.

1215 - CONFISSÃO AURICULAR de pecados a um sacerdote e não a Deus.
(Instituída pelo Papa Inocente III, no Concílio de Latrão.)

1220 - ADORAÇÃO DA HÓSTIA (Decretada pelo papa Honório III.)

1229 - A BÍBLIA PROIBIDA AOS LEIGOS (A Bíblia é colocada no índex dos livros proibidos.)

1251 - O ESCAPULÁRIO (Inventado por Simão Stock, um monge inglês.)

1264 - Realiza-se pela primeira vez a FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.

1303 - A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA é proclamada como sendo a única verdadeira, e somente nela o homem pode encontrar salvação.

1311 - É ordenada pela primeira vez a realização da PROCISSÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO.

1317 - O Papa João XXII ordena aos fiéis que seja feita a oração a Maria (“Ave Maria”).

1369 - Carlos V reforça a PROIBIÇÃO DA LEITURA DA BÍBLIA PARA AMBOS OS SEXOS.

1414 - O CÁLICE PROIBIDO AO POVO na comunhão, pelo Concílio de Constança.

 

1414 – 1418 - O Concílio de Constança condenou as heresias de John Wycliffe e de Jan Hus, que eram dois famosos precursores da Reforma Protestante


1439 - PURGATÓRIO como dogma pelo Concílio de Florença.

1439 - OS SETE SACRAMENTOS confirmados como doutrina.

1508 - A AVE MARIA (Parte da metade final foi completada 50 anos mais tarde e aprovada pelo papa Sixto V no final do século 16.)

1515 - VENDA DE INDULGÊNCIAS – “Em 31 de março, o papa Leão X autoriza a venda de indulgência através da qual a pessoa é livre de passar pelo purgatório. Tetzel vende indulgências para pagar pecados passados, presentes e futuros e arrecada uma grande fortuna.” A Igreja Católica na Profecia, 269

1534 - A ORDEM DOS JESUÍTAS (Fundada por Loyola.)

1545 - A TRADIÇÃO DECLARADA DE AUTORIDADE IGUAL A DA BÍBLIA pelo Concílio de Trento.

1546 - LIVROS APÓCRIFOS acrescentados à Bíblia pelo Concílio de Trento.

1547 - OS SETE SACRAMENTOS É TRANSFORMADO EM LEI

1560 - O CREDO DO PAPA PIO IV (Imposto como o credo oficial.)

1562 - A MISSA É CONSIDERADA PROPICIATÓRIA, com poderes para perdoar pecados e confirma-se o CULTO AOS SANTOS.

1634 - CANONIZAÇÃO DE SANTOS (Estabelece-se o modo de proceder a canonização.)

1854 - A IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM MARIA (Proclamada pelo papa Pio IX, na sua bula Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro.) “Este dogma sustenta que Maria, igual a Cristo foi concebida sem pecado no seio de sua mãe Joquebede e, por essa razão, Maria esteve livre do pecado original.” A Igreja Católica na Profecia, 270.

1864 - SUMÁRIO DOS ERROS (Proclamado pelo papa Pio IX e ratificado pelo Concílio do Vaticano; condenava a liberdade de religião, de consciência, de expressão, de imprensa e das descobertas científicas, que eram desaprovadas pela Igreja Romana; assegurava ao papa autoridade temporal sobre todos os governadores civis.)

1870 - INFABILIDADE DO PAPA EM QUESTÕES DE FÉ E MORAL (Proclamada pelo Concílio do Vaticano). “O papa nunca erra quando está no exercício de sua função.” A Igreja Católica na Profecia, 270.

1930 - ESCOLA PÚBLICAS CONDENADAS pelo papa Pio XI.

1950 - ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA – “O dogma da Assunção de Maria é a crença de que ela foi transportada para o Céu sem ver a morte.” (proclamada pelo papa Pio XII) A Igreja Católica na Profecia, 270.

1965 - MARIA, PROCLAMADA MÃE DA IGREJA (pelo papa Pio XII)

1993 - “No dia 5 de outubro de 1993, o papa João Paulo II emite uma encíclica intitulada “Veritatis Splendor”, que é considerada pelos intelectuais católicos como o horror dos teólogos. Nesta encíclica o PAPA AFIRMA QUE NÃO É PERMITIDO TER DIVERGÊNCIA COM O PAPA EM MATÉRIA DE ÉTICA OU MORAL. Sendo assim, os teólogos que divergem do papa não devem ter o direito de ensinar e de publicar livros. E também que escolas e universidades e mesmo hospitais católicos devem perder este título (católico) caso apresentem divergência com a linha do Vaticano.” A Igreja Católica na Profecia, 270 e 271

1995 - “O papa João Paulo II emite outra encíclica intitulada “Ut unum sint” onde reafirma a proposta do Concílio Vaticano II sobre a REUNIFICAÇÃO DAS IGREJAS DISSIDENTES e que todos os esforços devem ser feitos no sentido de que estas igrejas aceitem a autoridade do papa como figura máxima do cristianismo.” A Igreja Católica na Profecia, 271.

1998 - “O papa João Paulo II firmou a bula “Incarnationis Mysterium”. De acordo com este documento, O MEMBRO PODE OBTER A INDULGÊNCIA PLENA (perdão dos pecados) NO PERÍODO DO ANO SANTO, pela qual seus pecados são redimidos, se seguirem algumas exigências. O Ano Santo é comemorado a cada 25 anos. A celebração do Ano Santo foi instituída por Bonifácio VIII, um papa ambicioso que governou a Igreja Católica entre 1294 e 1303.” A Igreja Católica na Profecia, 271.

1999 - “O papa João Paulo II contraria a ordem bíblica exarada nos Dez Mandamentos e emite uma encíclica de 40 páginas intitulada “Dies Domini”, sobre A IMPORTÂNCIA DE GUARDAR O DOMINGO. “Reafirma neste documento que o dia estabelecido por Deus é o sábado, mas que a igreja achou conveniente mudar o dia de guarda e todos deve guardar o domingo e não o sábado.” A Igreja Católica na Profecia, 271 e 272.

2000 - Em setembro de 2000 o papa João Paulo II emite um documento intitulado “Dominiun Jesus”. “Este documento enfatiza que a Igreja Católica é a única igreja verdadeira e o único instrumento de salvação.”

 

2014 - No dia 13 de outubro, um documento publicado pelo Vaticano causou inquietação em setores da Igreja Católica. Elaborado depois de uma semana de atividades do Sínodo Extraordinário para a Família, que reuniu 200 bispos, o texto faz menção a “dons e qualidades” que casais homossexuais têm a oferecer e questiona se a comunidade cristã será capaz de acolhê-los e aceitar a sua orientação sexual “sem fazer concessões na doutrina católica sobre família e matrimônio”.

 

2014 - Papa garante que Big Bang não contradiz lei do cristianismo. Francisco criticou leitura do Gênesis que interpreta Deus como um mago "com uma varinha mágica"

2015 -  O Papa Francisco na sua encíclica "Laudato si" (Louvado sejais vós) chamou a atenção para "o nosso pecado" de destruir o ambiente natural e reuniu-se com grandes CEOs petrolíferos para levar a mensagem para casa.

2018 - O Papa Francisco declara que a pena de morte é inaceitável em todos os casos, como um atentado à dignidade humana.

2019 - Tem início o Sínodo dos Bispos para a região da Pan-Amazônia.

domingo, 1 de julho de 2012

O Concílio de Laodicéia


O Concílio de Laodicéia

O Concílio de Laodicéia ocorrido em 364 d.C., discutira na ocasião sobre o dia de guarda que o cristianismo deveria seguir. Essa assembléia eclesiástica motivada em parte pela vigência do edito de Constantino(a) estabeleceu no cânon 29: "Os cristãos não devem judaizar e descansar no sábado, mas trabalhar neste dia; porém devem honrar especialmente o dia do Senhor, e, como cristãos, devem se possível, não realizar nenhum trabalho neste dia. Se, entretanto, forem encontrados judaizando sejam excomungados por Cristo."1 Analisando este cânon verifica-se que:

Em meio a crescente apostasia dentro do cristianismo houve cristãos que não se curvaram as falsas doutrinas e permaneceram leais aos ensinos bíblicos. Eles obedeciam integralmente aos Dez Mandamentos como Cristo lhes ensinara;

A obediência desses cristãos ao quarto mandamento, que apresenta o sábado (sétimo dia da semana) como o "dia do Senhor"(b), causou desconforto e promoveu a ira daqueles que decidiram considerar o domingo (primeiro dia da semana) como dia santo;

Esse cânon não objetivava, unicamente, substituir o verdadeiro dia de repouso instituído por Deus, pois determina também perseguição aqueles que seguissem com a observância sabática no sétimo dia.

Líderes religiosos envolvidos por falsas doutrinas apoiaram-se no decreto do imperador Constantino promulgado em 321 d.C. e, em outras leis dominicais estabelecidas em anos subsequentes, para redigir o cânone 29 do Concílio de Laodicéia e assim impor a substituição do dia de descanso semanal instituído por Deus (Êxodo 20:8-11). Adiante alguns comentários sobre estas questões:

"(...) domingo, diem solis, em conformidade com a expressão popular, era necessário para distinguir o dia na abordagem dos pagãos. Durante as eras iniciais da igreja nunca foi intitulado 'o sábado'; esta palavra está restrita ao sétimo dia da semana, o Sábado Judaico, que, como já dissemos, continuou a ser observado por vários séculos pelos convertidos ao cristianismo."2

"Embora quase todas as igrejas em todo o mundo celebrem os sagrados mistérios no sábado de cada semana, os cristãos de Alexandria e de Roma, em vista de alguma antiga tradição, cessaram de fazer isso."3 "O povo de Constantinopla e de outras cidades, congregam-se tanto no sábado como no dia imediato; costume esse que nunca é observado em Roma."4

"Os celtas tinham seus próprios concílios e decretavam suas próprias leis, independente de Roma. Os celtas usavam uma Bíblia latina diferente da Vulgata, e guardavam o sábado como dia de repouso, com serviços religiosos especiais no domingo."5

"É certo que o próprio Cristo, Seus apóstolos e os cristãos primitivos em um considerável espaço de tempo observaram constantemente o sábado do sétimo dia; os evangelistas e São Lucas em Atos sempre referem-se ao dia de sábado, delineando a sua solenidade pelos apóstolos e outros cristãos. (...) O sábado do sétimo dia foi solenizado por Cristo, pelos os apóstolos e pelos cristãos primitivos, até que a assembléia de Laodicéia de certa forma aboliu a sua observância. (...) O Concílio de Laodicéia, 364 d.C., estabeleceu primeiramente a observação do dia do Senhor [domingo], e proibiu a guarda do sábado judaico sob anátema."6

"Pouco precisa ser dito sobre a mudança do sétimo para o primeiro dia da semana. Os primeiros discípulos conservavam ambos os dias: o Sábado para o descanso, o Domingo para o trabalho. A Igreja Cristã não realizou de forma oficial, mas gradual e quase inconscientemente, a transferência de um dia pelo o outro."7

"A oposição ao judaísmo introduziu o particular festival do domingo muito cedo, na verdade, no lugar do sábado. (...) A festa dominical como todas as outras festividades, sempre foi uma ordenança unicamente humana, e estava longe das cogitações dos apóstolos estabelecer a este respeito uma ordem divina; longe deles e da primitiva igreja apostólica transferir para o domingo as leis do sábado."8

"No intervalo entre os dias dos apóstolos e a conversão de Constantino, a comunidade cristã mudou seu aspecto. O bispo de Roma, um personagem desconhecido para os autores do Novo Testamento, nesse intervalo de tempo, finalmente conseguiu a primazia de todos os outros clérigos. Ritos e cerimônias, na qual Paulo nem Pedro nunca ouviram, foram usadas soradeiramente e silenciosamente, e, em seguida, firmadas como instituições divinas."9

"Da época dos apóstolos até o Concílio de Laodicéia, que ocorreu por volta do ano 364, a sagrada observância do sábado dos judeus persistiu, como pode ser comprovada por vários autores; de fato, apesar do decreto desse concílio em oposição à ela.

"10 Fatores como: a infiltração de ensinos pagãos no cristianismo; a criação do obscuro "festival da ressurreição"; o ódio de alguns cristãos pelos judeus; a lei civil decretada pelo edito de Constantino; e, a ânsia da Igreja de Roma em substituir o sábado pelo domingo, resultaram em caos quanto ao dia de descanso que deveria ser seguido no cristianismo. Esse impasse entre a guarda sabática e dominical ocasionou a observância de ambos os dias por muito tempo. É nesse ambiente conturbado que o Concílio de Laodicéia regulamenta o cânon 29.

A guarda do domingo como o "dia do Senhor" não é bíblica, e não era seguida pelos primeiros cristãos da Igreja Primitiva. Se a observância dominical fosse algo definido, fato estabelecido no cristianismo na época de Jesus e de Seus discípulos (como alguns sem base bíblica e histórica alegam) então, por que o Concílio de Laodicéia legislou proibindo o descanso sabático entre os cristãos em suas sessões no século IV? Para que invocar o sábado se ele fora cancelado na cruz e ninguém o observava? É inegável que o conclave traçou diretrizes a respeito do dia de guarda objetivando substituir o sétimo dia (descrito no quarto mandamento) pelo primeiro dia da semana.

Abrangência do Concílio de Laodicéia

Existe no meio protestante, àqueles que se esforçam para minimizar a autoridade do Concílio de Laodicéia argumentando: que ele se realizara no Oriente e não em Roma; que a cidade de Laodicéia era grega e não romana; que a Igreja de Roma não estava presente; que era concílio local, sem amplitude; entre outros pretextos esdrúxulos e inúteis. Na realidade essas pessoas não menosprezam somente os registros e as implicações do Concílio de Laodicéia, mas, qualquer fato histórico que prove a origem pagã da observância dominical.

A ocorrência de um concílio fora de Roma nada significa contra a sua autoridade porque, os primeiros concílios locais e gerais que estabeleceram as doutrinas e diretrizes eclesiásticas da Igreja Romana foram realizados na Turquia (Ásia Menor), tais como os: Concílios de Nicéia; Concílios de Constantinopla; Concílio de Éfeso e o Concílio de Calcedônia. Os demais ocorreram na Europa a partir do Concílio de Latrão (1123 d.C.); e, na cidade de Roma, somente os Concílios de Trento e do Vaticano. O fato da maioria dessas assembleias terem sido realizadas fora de Roma não enfraquece a autoridade de suas decisões para os fins que foram estabelecidas.

A afirmação de que o Concílio de Laodicéia foi local sem amplitude revela ignorância dos fatos, pois, todas as decisões tomadas em seus sessenta cânones, foram totalmente ratificadas e oficializadas pelo cânon 01 do Concílio (Geral) de Calcedônia,11 demonstrando a autoridade e a universalidade da assembléia laodiceana: "Os cânones até esta data publicados pelos santos pais em todos os sínodos terão validade."12

"Além de reforçar os cânones dos concílios anteriores da igreja, bem como as declarações de alguns sínodos locais, o concílio [de Calcedônia] emitiu decretos disciplinares destinados a monges e clérigos e, declarou patriarcadas(c) Jerusalém e Constantinopla. O efeito global foi para dar à igreja um caráter institucional mais estável."13 "O concílio [de Laodicéia] foi composto por 32 bispos das províncias da Ásia e os resultados das decisões produziram 60 cânones que foram pronunciados como credos obrigatórios aos cristãos em todo o mundo pelo Concílio de Calcedônia em 451."14


Pode-se destacar ainda que, o Concílio de Laodicéia teve legitimidade em estabelecer quais livros pertenceriam a Bíblia, eliminando do seu catálogo os livros apócrifos.15 Na ocasião o livro do Apocalipse não foi aceito, porém, fora incluído posteriormente no Concílio de Cartago (ocorrido na África) em 397 d.C. Essas medidas de aplicação universal também foram confirmadas pelo Concílio Geral de Calcedônia.

Através desses dois concílios locais (Laodicéia e Cartago) realizados fora do território de Roma e com pequena representatividade da Igreja Romana é que, os protestantes (especialmente os que se contorcem para desmerecer as implicações e a universalidade do Concílio de Laodicéia), possuem hoje suas Bíblias em ordem com todos os livros inspirados e, excluídos os deuterocanônicos (apócrifos). Lembrando que, na contra-reforma, a Igreja de Roma voltou a utilizar os apócrifos com o intuito de combater o protestantismo.

Existe ainda um fato interessante vinculado a esses acontecimentos que ilustra a relação entre os poderes político e religioso da época e que, se repetirá nos eventos finais que antecedem a segunda vinda de Cristo(d): o imperador Justiniano I, após tomar conhecimento das ratificação de decisões eclesiásticas referentes aos cânones adotados pelos primeiros quatro concílios gerais, incorpora-os em sua Novela 131 (Nouellae 131), que era as normas constitucionais do império ou o código imperial com força de lei civil. E a infração contra essas normas era considerada crime contra o Estado.

Considerações Finais

É inevitável e irrefutável a conclusão de que a igreja apostatada foi a responsável pela mudança da observância sabática pela dominical. Essa alteração ocorreu gradualmente através de leis civis e eclesiásticas que surgiram sob a tutela da Igreja Romana(e) e, como o livro de Daniel descreve, essa instituição religiosa cuidou em "mudar os tempos e a lei" (Daniel 7:25). E o fez com maestria, embora a longo prazo (cf Marcos 7:7-9).

Os catecismos romanos estão repletos de citações que reconhecem a autoridade da Igreja de Roma como responsável pela mudança do dia de repouso. O fato essencial é que tal mudança não tem aprovação das Escrituras Sagradas. Ao contrário, tem fundamento unicamente na tradição enraizada no paganismo. E não constitui regra de fé e prática. Deve, pois, ser rejeitada.

Texto baseado em: CHRISTIANINNI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed., cap. 38, p. 241-246.
Vídeos relacionados: O Sétimo Dia - Programa 04; O Sétimo Dia - Programa 05
a. Acesse: A Guarda Dominical e o "deus Sol"
b. Acesse: "O dia do Senhor"
c. Sob jurisdição; subordinadas a Igreja Romana.
d. Acesse: Babilônia Denunciada - II
e. Acesse: Do Sábado para o Domingo
1. HEFELE, C. J. (1876). A History of the Councils of the Church: From the Original Documents, vol. II, Edinburg: T. & T. Clark, book VI, sec. 93, p. 316.
2. COLEMAN, L. (1852). Ancient Christianity, Philadelphia: Lippincott, Grambo & CO., chap. XXVI, sec. II, p. 529; (Lyman Coleman foi escritor, professor de idiomas (latim e grego) e pastor da Igreja Congregacional).
3. SOCRATES. Ecclesiastical History, book V, chap. XXII; (obra do historiador grego e cristão Sócrates, o Eclesiástico. Ela é composta por sete livros e discorre sobre os acontecimentos da Igreja de Roma entre 305-439 d.C.; abrangendo fatos políticos e eclesiásticos, tanto internos como externos). Too in: SCHAFF, P. Nicene and Post-Nicene Fathers: Socrates and Sozomenus Ecclesiastical Histories, series II, vol. II, p. 334.
4. SOZOMEN. Ecclesiastical History, book VII, chap. XIX; (esta obra foi elaborada pelo Salminius Hermias Sozomenus, Sozomen, e descreve a história da igreja baseada nas obras literárias de Sócrates, o Eclesiástico e de Eusebius, bispo de Cesarea). Too in: SCAFF, P. ob. cit., p. 874.
5. FLICK, A. C. (1964). The Rise of the Mediaeval Church and its Influence on the Civilisation of Western Europe from the First to the Thirteenth Century, New York: Ayer Publishing, chap. XII, p. 237. Too in: BELLESHEIM, A. (1887). History of the Catholic Church in Scotland, vol. I, p. 86.
6. PRYNNE, W. (1633). Dissertation on The Lord's Day, p. 33, 34, 44; (William Prynne foi advogado, escritor e membro da Igreja Presbiteriana). Too in: ANDREWS, J. N. (1862). History of the Sabbath and First Day of the Week, p. 265; UTTER, G. B. (1913). The Sabbath Recorder, vol. 74, American Sabbath Tract Society, p. 616a.
7. FARRAR, F. W. (1892). The Voice from Sinai: The Eternal Bases of the Moral Law, New York: Thomas Whittaker, p. 152; (Frederic William Farrar foi escritor e filósofo inglês; membro da Igreja Anglicana, fez parte do corpo eclesiástico da Abadia de Westminster e em 1883 foi nomeado arquidiácono).
8. NEANDER, A. (1843). The History of the Christian Religion and Church: During the Three First Centuries, Philadelphia: James M. Campbell & CO., p. 186a.
9. KILLEN, W. D. (1859). The Ancient Church, London: James Nisbet & CO., p. vi (Preface); (foi professor de História Eclasiástica e diretor da Faculdade Teológica Presbiteriana da Irlanda).
10. LEY, J. (1641). Sunday, a Sabbath: Preparative Discourse for Discussion of Sabbatary Doubts, London: Printed by R. Young for George Lathum, p. 163; (foi clérigo da Assembléia de Westminster, presidente do "Sion College" e reitor das universidades de Ashfield e Astbury).
11. Laodicea, Synod of. (1911). Encyclopædia Britannica, vol. XVI, England: Cambridge University Press, p. 189b.
12. HEFELE, C., J. (1883). A History of the Councils of the Church: From the Original Documents, vol. III, Edinburg: T. & T. Clark, book XI, sec. 200, p. 385.
13. Chalcedon, Council of. (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
14. Laodicea, Council or Synod of. (1919). The Encyclopedia Americana, New York, Albany: J. B. Lyon Company, vol. XVI, p. 739b. Too in: Laodicea, Synod of. (1911). Encyclopædia Britannica, vol. XVI, England: Cambridge University Press, p. 189b.
15. PEREIRA, C. E. (1949). O Problema Religioso na América Latina: Estudo Dogmático Histórico, 2.ª ed., São Paulo, p. 78. Quoted in: CHRISTIANINNI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed., p. 244