sábado, 13 de março de 2021

INFERNO ETERNO EXISTE?

 


Não se assuste com o título deste estudo, mas, leia o material antes de julgá-lo. Gostaria de repartir com você a posição bíblica (que é bem equilibrada) sobre o castigo dos maus, de maneira que qualquer pessoa possa crer naquilo que realmente é a Verdade.

 Algumas informações importantes antes do estudo de um assunto tão “melindroso”:

 1) A palavra “inferno” que aparece em nossas Bíblias não existe no original grego ou hebraico (e aramaico) línguas originais da palavra de Deus. Esse termo INFERNO é “latim” (significa “lugar inferior”) e, sendo que a Bíblia não foi escrita originalmente em latim, não deveria ter sido adicionada por alguns tradutores (em outras versões não existe a palavra “inferno”, mas, se preserva as palavras originais: Hades, Tártaros, Sheol, Geena.

 2) Morte é morte mesmo. Enquanto não aceitar que a ÚNICA esperança para o cristão que hoje descansa o sono da morte é a RESSURREIÇÃO: Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, (MORTOS) para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem (MORTOS). Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, (7ª TROMBETA) descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. (1 Tessalonicenses 4:13-18).

 Se não aceitarmos estes versos, deixar de acreditar num “tormento eterno” será impossível. É importante que estudemos a doutrina bíblica sobre o estado do ser humano na morte vejamos: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.(Gênesis 2:7), veja que o homem passou a ser uma alma vivente e não ter uma alma, este outro verso reforça o pensamento da forma que nós fomos criados: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”. (Gênesis 3:19)

 “Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão”. (Eclesiastes 3:19-20) Salomão completa a informação sobre o estado dos mortos: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”. (Eclesiastes 9:5,6)

 Veja que a bíblia fala da morte como um sono, e não como se fosse uma nova fase da vida: “Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte”; (Salmos 13:3); Aqui Daniel reforça este pensamento: “Muitos dos que dormem (MORTOS) no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”. (Daniel 12:2). Na morte não existe recompensa, a recompensa virá quando Jesus voltar e ressuscitar os salvos: “Serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos. (Lucas 14:14)

 

Este ponto é muito importante, para compreender que os mortos voltarão a ter consciência somente quando Jesus voltar, transformá-los e ressuscitá-los: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A (SÉTIMA) trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória”. (1 Coríntios 15:51-54). Por isso, os que morreram não estão desfrutando de alguma recompensa ou castigo, nem louvam ao Senhor: “Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região do silêncio”. (Salmos 115:17) ou punição, pois o juízo final acontecerá na volta de Jesus: “Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo (2 Pedro 2:4) afirma que até mesmo os demônios estão reservados para um juízo futuro.

 3) A doutrina de um “INFERNO ETERNO” veio “sob encomenda” da igreja medieval, que usava a pressão psicológica para conseguir indulgências, obediência e apoio para a inquisição (matar os “hereges”). Antes, os gregos dividiam o “hades” em duas partes: uma onde ficavam as “almas” dos bons e outra em que ficavam as “almas” dos maus. Perceba que a origem do ensino do INFERNO é pagã e medieval.

 4) Quando Cristo usa em Marcos 9:43-48 o termo “inferno”, no original é “Geena” e se refere não a um inferno existente, mas, ao lago de fogo que EXISTIRÁ depois do milênio (Apocalipse 20).

 “E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. E, se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançados no inferno [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno, [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]”. (Marcos 9:43-48)

 

5) A justiça eterna de Deus não exige uma eternidade de sofrimento, como afirmam alguns teólogos preocupados mais em filosofar do que em estudar a Bíblia. O amor de Deus e a justiça dEle estão de mãos dadas. Por isso, a justiça eterna de Deus precisa ser vista como fazendo parte do Seu amor eterno. Assim, chegaremos à conclusão de que, por ser eternamente justo, o Senhor permitirá que os maus sejam castigados e depois destruídos definitivamente.

 Quando existirá o lago de fogo

 As Escrituras não ensinam que há um inferno de fogo, mas sim que haverá. Um dia, Deus lançará o diabo e seus seguidores em um lago de fogo (Apocalipse 20:10), que só existirá após o período dos mil anos, como mencionado. Isso é muito claro nas Escrituras, que ensinam ser o juízo um evento futuro (Atos 17:31).

 O diabo será o último a ser destruído, primeiro serão destruídos os ímpios, os que obedeceram seus ensinos: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos”. (Apocalipse 20:10) Mais à frente neste estudo vamos abordar este termo “Pelos séculos dos séculos”. “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Atos 17:31)

 Portanto, os que não foram dignos da Salvação não se encontram hoje “em sofrimento”, mas, num sono profundo:  “Embriagarei os seus príncipes, os seus sábios, os seus governadores, os seus vice-reis e os seus valentes; dormirão sono eterno e não acordarão, diz o Rei, cujo nome é Senhor dos Exércitos”. (Jeremias 51:57) o seno eternos deste verso se refere a segunda morte, quando não mais existiram, isto acontecerá no dia em que serão penalizados no juízo final: Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. (João 5:28, 29).

Todos queimarão como palha? Não. O sofrimento de alguns pecadores durará um período de um sai e uma noite (e até mais), porque cada um será recompensado “segundo as suas obras”. “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras”. (Mateus 16:27).

 A Bíblia ensina que o castigo varia em “grau e intensidade”, especialmente nos versos a seguir:

“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza. E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.” (Mateus 11:21-22).

“Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão.” Lucas 12:47-48

 Se o grau de castigo fosse o mesmo para todos (aniquilação instantânea ou tormento eterno), por que Jesus afirmou que no dia do julgamento haveria menos rigor para as cidades de Tiro e Sidom e que alguns receberão muitos açoites enquanto que outros ganharão poucos açoites? Sendo assim, o diabo ficará no fogo mais tempo do que os outros, pois seus pecados foram em maior proporção (além de ele ser o originador do mesmo e tentador dos seres humanos). “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. João 8:44

 Entretanto, a Bíblia não diz que ele e os demais serão atormentados pela eternidade. Depois do castigo proporcional às obras de cada um, Deus destruirá definitivamente o mal e os que se apegaram a ele: Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria. Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos”. Malaquias 4:1-3

 

“Os ímpios, no entanto, perecerão, e os inimigos do SENHOR serão como o viço das pastagens; serão aniquilados e se desfarão em fumaça. Salmo 37:20. “E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco”. Romanos 16:20. A fim de compreender o assunto do “inferno” (na verdade, lago de fogo) biblicamente, não devemos ignorar esses textos.

 Isso deveria ser claro para todos nós cristãos, pois, se o diabo e os demais forem “mantidos com vida” para serem “castigados” por um tempo sem fim, seria o mesmo que Deus dar a vida eterna ao diabo, aos demônios e aos que não aceitaram a Cristo. Isso é uma heresia, pois somente os justos comerão da árvore da vida para serem imortais! (Apocalipse 22:2) “No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição”. Apocalipse 22:2-3.

 Leia 1 João 3:15 e comprove que ímpios não têm vida eterna! “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si”. 1 João 3:15 O fogo será eterno nas consequências (a pessoa nunca mais será ressuscitada) e não na duração: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”. Mateus 25:46.

 Entendendo o termo “para sempre”

 As palavras que se traduzem por “eterno” e “todo o sempre” não significam necessariamente que nunca terão fim. No Novo Testamento, vem do grego AION, ou do adjetivo AIONIOS. É impossível forçar este radicas grego significar sempre um período que não tem fim. A palavra AIONIOS, traduzida como “eterno”, “para sempre”, significa literalmente “perdurando por um século”. “Comentando o texto de Filemom 15, o erudito evangélico H. G. Moule afirmou:

 O adjetivo AIONIOS (eterno, para sempre) tende a marcar a duração enquanto a natureza da matéria o permite. E, no uso geral, tem íntima relação com as coisas espirituais. ‘Para sempre’ nesse verso significa permanência de restauração tanto natural como espiritual. Ligado, porém, a Deus, [o termo] significa eterno, para sempre. Também ligado à vida que provém de Deus, significa uma vida de duração sem fim.” – Arnaldo B. Christianini. “Sutilizas do erro”. 2a Edição, pág. 270.

 “No grego, a duração de AIONIOS deve sempre se determinar em relação com a natureza da pessoa ou coisa a qual se aplica. Por exemplo, no caso de Tibério César, o adjetivo AIONIOS descreve um período de 23 anos, desde sua ascensão ao trono até sua morte”. Percebeu? Na Bíblia, o termo “para sempre” pode significar “um tempo, sem fim” ou “um tempo específico”. Depende da natureza do objeto (Pessoa) que está ligado à palavra. Se for Deus, o termo “eterno” é eterno mesmo. Se estiver ligado a um ser humano mortal, que não comerá da árvore da vida, significa um tempo de longa ou curta duração (dependendo do grau de castigo que mereça). JAMAIS o termo dá a ideia de que um pecador pode sobreviver eternamente num castigo sem fim. É importante entendermos a expressão na língua original bíblica e não como é explicada em nossa língua portuguesa (que é de outra cultura, a ocidental).

 Uma perversão do caráter de Deus

 No início do estudo explicamos que a justiça e amor eternos de Deus estão de mãos dadas. Acreditamos que isso ficou claro de modo que podemos entender que o juízo de Deus é uma manifestação do amor dEle pelas criaturas e pela Verdade.

 Uma das atividades do diabo na história é “desvirtuar” o caráter amoroso da Divindade. Nos dias do povo de Israel satanás arrumava meios de apresentar a Deus como carrasco. Os judeus, nos dias de Cristo, não escaparam dessa artimanha do inimigo (Jesus veio também para revelar o caráter do Pai, que era mal compreendido: Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? João 9:1,2; “Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai. Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras”. João 14:9-10.

 Hoje, os cristãos se encontram mergulhados numa “doutrina” que mostra um Deus que, para satisfazer Sua justiça, precisa de maneira tirana atormentar criaturas que pecaram por alguns anos na mesma proporção que o diabo, o pai do pecado. Realmente, a ideia da punição eterna a uma criatura nasceu na mente de satanás. Se você que é pai e mãe não faria isso a um filho, imagine Deus! Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia, não me esquecerei de ti. Isaías 49:15

 A doutrina do “tormento eterno” faz mal até para a saúde:

 Satanás é o causador da doença; e o médico está batalhando contra sua obra e poder. A enfermidade da mente reina por toda parte, e noventa por cento das doenças que atacam o ser humano têm aí seu fundamento. Talvez algum vivo distúrbio doméstico esteja, como gangrena, roendo até à própria alma, e enfraquecendo as forças vitais. O remorso pelo pecado aflige por vezes a constituição, e desequilibra a mente. Há, também, doutrinas errôneas, como a de um inferno eternamente a arder e o tormento perpétuo dos ímpios, as quais por darem uma visão exagerada e distorcida do caráter de Deus, têm produzido os mesmos resultados sobre espíritos sensíveis. Os infiéis têm aproveitado ao máximo esses casos infelizes, atribuindo a loucura à religião; isto, porém, é grosseira difamação, a qual deverão enfrentar finalmente. A religião de Cristo, bem longe de causar loucura, é um de seus mais eficazes remédios.

 Conclusão: Longe de dizer que os maus serão aniquilados instantaneamente (se o fossem, não receberiam um castigo merecido – não acha?) ou que sofrerão pela eternidade, a Bíblia ensina que:

 1) Cada pessoa será punida proporcionalmente, segundo as obras (Apocalipse 22:12). Uns serão mais castigados. Outros, menos (Lucas 12:47, 48); “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”. Apocalipse 22:12; “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão”. Lucas 12:47,48

 2) Depois do castigo, a pessoa será finalmente aniquilada (Malaquias 4:1-3). “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria. Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos”. Malaquias 4:1-3 Como sempre, a Palavra de Deus é equilibrada em tudo o que ensina!

 Você verá que o Deus da justiça (Gênesis 18:25) “Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” Gênesis 18:25; também é amor (1 João 4:8, 16) e que jamais Ele poderia secar as lágrimas de nosso rosto se soubéssemos que em algum lugar se encontra em tormentos queridos que tanto amamos. Apocalipse 21:4 não poderia se cumprir.

 “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus. E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele”. 1 João 4:8-16

 “Porque não tenho prazer na morte de ninguém [e muito menos no tormento!], diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei”. Ezequiel 18:32.

 Veja que a bíblia fala que os ímpios terão a segunda morte, e esta será eterna: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte”. Apocalipse 2:11; “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte”. Apocalipse 20:14; “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”. Apocalipse 21:8; “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”. Apocalipse 20:6

 O rico e Lázaro (Como interpretar a parábola do rico e Lázaro em Lucas 16:19-31?)

 

Alguns sugerem que o relato de Lucas 16:19-31 deveria ser interpretado literalmente, como uma descrição do estado do homem na morte. Mas essa interpretação nos levaria a uma série de conclusões inconsistentes com o restante das Escrituras. Em primeiro lugar, teríamos de admitir que o Céu e o inferno se encontram suficientemente próximos para permitir uma conversa entre os habitantes de ambos os lugares (versos 23-31). Teríamos de acreditar também na vida após a morte, enquanto o corpo jaz na sepultura, continua existindo de forma consciente uma espécie de alma espiritual que possui “olhos”, “dedo” e “língua”, e que inclusive pode sentir sede (versos 23 e 24).

 

Se esta fosse uma descrição real do estado do homem na morte, então o Céu certamente não seria um lugar de alegria e de felicidade, pois os salvos poderiam acompanhar de perto os infindáveis sofrimentos de seus entes queridos que se perderam e até mesmo dialogar com eles (versos 23-31). Como poderia uma mãe sentir-se feliz no Céu, contemplando ao mesmo tempo as agonias incessantes, no inferno, de seu amado filho? Num contexto como esse, seria praticamente impossível o cumprimento da promessa bíblica de que então: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. Apocalipse 21:4

 

Diante disso, a maioria dos eruditos bíblicos contemporâneos considera a história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31) como uma parábola, da qual nem todos os detalhes podem ser interpretados literalmente. George E. Ladd, por exemplo, diz que essa história era provavelmente “uma parábola de uso corrente no pensamento judaico e não tenciona ensinar coisa alguma acerca do estado dos mortos”. Sendo esse o caso, temos que procurar entender qual o verdadeiro propósito da parábola. Nos capítulos 15 e 16 de Lucas, Cristo apresenta várias parábolas em resposta à preconceituosa discriminação dos escribas e fariseus para com as classes marginalizadas da época (Lucas 15:1 e 2; 16:14 e 15). A parábola de Lucas 16:19-31, que aparece no final desses dois capítulos, é caracterizado por um forte contraste entre “certo homem rico” e bem vestido (verso 19) e “certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas” (verso 20). O relato ensina pelo menos duas grandes lições:

 

A primeira é que o status e o reconhecimento social do presente não são o critério de avaliação para a recompensa futura. Em outras palavras, aqueles que, à semelhança dos escribas e fariseus, se julgam mais dignos do favor divino podem ser os mais desgraçados espiritualmente aos olhos de Deus (comparar com Mateus 23).

 

A segunda lição é que o destino eterno de cada pessoa é decidido nesta vida, e jamais poderá ser revertido na era vindoura, nem mesmo pela intervenção de Abraão (Lucas 16:25 e 26). A referência à impossibilidade de Abraão salvar o homem rico do seu castigo reprova o orgulho étnico dos fariseus, que se consideravam merecedores da salvação por serem descendentes de Abraão (ver Lucas 3:8; 13:28; João 8:39 e 40, 52-59).

É importante lembrarmos que um dos princípios básicos da interpretação bíblica é que não devemos fundamentar doutrinas nos detalhes acidentais de uma parábola, sem primeiro verificar se as conclusões obtidas estão em perfeita harmonia com o consenso geral das Escrituras. A própria parábola de Lucas 16:19-31 afirma que, para obter vida eterna, o ser humano precisa viver em plena conformidade com a vontade de Deus revelada através de “Moisés e os profetas” (verso 29; comparar com Mateus 7:21), ou seja, através da “totalidade da Escritura” (L. L. Morris). Mesmo não tencionando esclarecer o estado do homem na morte, esta parábola declara, em harmonia com o restante das Escrituras, que os mortos só podem voltar a se comunicar com os vivos através da ressurreição (Lucas 16:31). E, se analisarmos mais detidamente o que “Moisés e os profetas” têm a nos dizer sobre o estado na morte, perceberemos que os mortos permanecem inconscientes na sepultura até o dia da ressurreição final (ver Jó 14:10-12; Salmos 6:4-5; Eclesiastes 9:5, 10; João 5:28 e 29; 11:1-44; I Coríntios 15:16-18; I Tessalonicenses 4:13-15).

 

Significado bíblico de Sheol-Hades, Tártarus e Geena

 Sheol/Hades – Sheol (no hebraico) e Hades (transliterado grego) não era um lugar de tormento, mas era puramente sepultura na concepção hebraica bíblica. Abraão foi enterrar o seu filho do Sheol (cf. Genesis.37:35). Os ossos vão para o Sheol (e não “espíritos” – ver Salmos 141:7). O Salmos 49:14 nos indica que até as ovelhas descem para o Sheol na morte. O Sheol é um local de escuridão, e não de fogo que remete à luminosidade (Salmos.88:10-12; Jó 10:20,21; Lamentações.3:6). O Sheol é um lugar de silêncio, e não de gritaria do inferno (Salmos.94:17; Salmos 115:17). Não são “espíritos incorpóreos” que descem ao Sheol na morte, mas sim a própria pessoa com sangue (1Reis.2:9).

 É lugar de descanso e de repouso, e não de dor ou de tormento (Jó 3:11,13,17). No Sheol, não existe atividade e nem conhecimento ou sabedoria nenhuma (Eclesiastes9:10). Os que lá estão não louvam a Deus (Salmos 6:5) e nem sequer tem lembrança dEle (Salmos 6:5)! No Sheol não se escutam gritos (Jó 3:18). O Sheol é um local de almas mortas (Números 31:19; 35:15,30; Josué 20:3, 9; Gênesis 37:21; Deuteronômio 19:6,11; Jeremias 40:14,15; Juízes 16:30; Números 23:10), em estado de total silêncio (Salmos 115:17; 94:17), e em plena inconsciência (Salmos 146:4; Salmos 6:5; Eclesiastes 9:5,6; Eclesiastes 9:10). Nunca Sheol é identificado como um local de tormento e jamais é mencionado o elemento “fogo” nele, senão em contexto parabólico como metaforização. Por tudo isso, o Sheol nada mais é do que a figura da sepultura. É por isso que Jó iguala o Sheol com o pó da terra: “Descerá ela às portas do Sheol? Desceremos juntos ao ?” (Jó 17:16). O único lar para o qual Jó esperava ir era a sepultura (ver Jó 17:13).

 Tártarus – Este lugar é mencionado apenas uma única vez em toda a Bíblia, e não é para seres humanos, mas para anjos caídos. A Bíblia afirma que o diabo não está preso em algum lugar ou sofrendo atualmente, mas está solto, “nos ares” (João 1:7; João 2:2; Efésios 6:12), e por essa razão está “andando em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pedro 5:8). Se o diabo estivesse no inferno, se divertindo a custa das outras pessoas que lá estão, isso seria um prêmio para ele. Contudo, a Bíblia afirma que Satanás e seus anjos só serão lançados no lago de fogo após o milênio (Apocalipse 20:10).

A referência ao tártarus se encontra unicamente em 2ª Pedro 2:4, que diz: “Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno [tártarus], e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo(2Pedro 2:4). Sendo que a Bíblia afirma categoricamente que o diabo não está preso, mas solto, então a referência de 2ª Pedro diz respeito a outros anjos caídos, possivelmente os mesmos “filhos de Deus” que pecaram em Gênesis 6:1-4. Embora isso seja razão de debate, o fato é que o tártarus não é um lugar onde almas humanas são lançadas após a morte, mas onde parte dos anjos caídos estão atualmente, em prisão, e não soltos como os demais estão.

 Geena – A vista de tudo isso, o que seria então o “inferno” bíblico? O geena. E esse lugar de tormento ainda está para ser inaugurado. Quando Cristo fala do “inferno”, no original é “geena” e se refere não a um inferno existente, mas ao local de castigo que existirá após a ressurreição. Jesus perguntou aos fariseus: “Como vocês escaparão da condenação ao inferno [geena]?” (Mateus 23:33). Também disse aos fariseus que eles faziam discípulos para depois os tornarem “duas vezes mais filho do inferno [geena] do que vós” (Mateus 23:15), e que “é melhor entrar na vida aleijado do que, tendo os dois pés, ser lançado no inferno [geena]” (Marcos 9:45). Qualquer um que disser “louco” ao ser irmão, “corre risco de ir para o fogo do inferno [geena]” (Mateus 5:22).

 A passagem mais clara de que o verdadeiro inferno à luz da Bíblia (que é o geena) não é um local para espíritos incorpóreos, mas para onde vão os corpos físicos dos ímpios, está em Mateus 5:29, onde Cristo diz que, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno [geena]”. Mas o que era esse geena, de que Cristo tanto falava? Geena era o nome dado ao Vale de Hinon, que se localizava ao sul de Jerusalém. Era um verdadeiro “lixão público”, local onde se deixavam os resíduos, bem como toda a sorte de cadáveres de animais e malfeitores, e imundícies de todas as espécies, recolhidas da cidade.

 Neste local, era aceso um “fogo que nunca se apagava”, pelo fato de que estava constantemente aceso, tendo em vista que suportava todos os tipos de lixo e carniça que eram ali despejados. Os dejetos que não eram rapidamente consumidos pela ação do fogo eram consumidos pela devastação dos vermes que ali se achavam – um cenário muito típico de um verdadeiro lixão público – que devoravam as entranhas dos cadáveres dos impenitentes que lá eram lançados, em um espetáculo realmente aterrador.

 Por isso mesmo, o fogo não podia ser apagado, para a preservação da saúde do povo que viva naquelas redondezas. Este quadro histórico do “Vale de Hinon” ou “Geena” também é o quadro espiritual do fim dos pecadores que, de acordo com a Bíblia, serão ali lançados. Este é exatamente o mesmo quadro também relatado por Isaías, no último capítulo de seu livro: “E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne (Isaías 66:24)

 Exatamente o mesmo cenário histórico é retratado por Isaías como o cenário do juízo final. Isaías não contemplava “almas” ou “espíritos” vivos entre as chamas, mas sim cadáveres, ou seja, pessoas mortas. Não existe vida eterna no geena. O geena era um local de impurezas, e no Reino de Deus “não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Apocalipse 21:27). Aquilo que era considerado impureza era lançado no geena para ser completamente consumido e devorado pelo fogo e pelos vermes, o mesmo cenário do destino final dos pecadores!

 É evidente que tal quadro será completamente transformado por Deus para dar lugar aos “novos céus e nova terra”, prometidos por Deus tanto em Isaías como no Apocalipse (Isaias 66:22; Apocalipse 21:1). Nesta nova ordem não existe GEENA e nem algo que seja repugnante, mas “Deus é tudo em todos” (1Coríntios 15:28), e Ele fará novas todas as coisas (Apocalipse 21:5), não havendo mais “morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou” (Apocalipse 21:4).

 Paz a todos vocês que estão em Cristo!

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